Desesperança
Tu foste a penúltima gota de sangue na veia
Marcaste o finito do tempo chegando ao fim
Riscaste o desenho no rosto do meu desespero
Fincaste o sabor do tormento de um dia ruim
Bebeste o penúltimo gole de água potável
Lavaste as mãos calejadas, sedentas de pão
Tornaste o bem saciante de vísceras secas
Em mal que alimenta a ganância do velho ladrão
Velho tempo, ladrão do destino e das esperanças
Ladrão das vitórias de outrora, das glórias sem fim
Agora semeia o tédio pesado das horas
Sepulta o resto de orgulho que havia em mim
Eu falo de desesperança de forma confusa
Cá dentro de mim é que habita o melhor sentido
Do alto do desassossego a fé não me alcança
E nesse espaço de tempo já não sei se vivo.
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