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Jornalista, torcedor incondicional do Vasco da Gama e defensor ferrenho da liberdade de pensamento.

domingo, 5 de dezembro de 2010



Desesperança

Tu foste a penúltima gota de sangue na veia

Marcaste o finito do tempo chegando ao fim

Riscaste o desenho no rosto do meu desespero

Fincaste o sabor do tormento de um dia ruim


Bebeste o penúltimo gole de água potável

Lavaste as mãos calejadas, sedentas de pão

Tornaste o bem saciante de vísceras secas

Em mal que alimenta a ganância do velho ladrão


Velho tempo, ladrão do destino e das esperanças

Ladrão das vitórias de outrora, das glórias sem fim

Agora semeia o tédio pesado das horas

Sepulta o resto de orgulho que havia em mim


Eu falo de desesperança de forma confusa

Cá dentro de mim é que habita o melhor sentido

Do alto do desassossego a fé não me alcança

E nesse espaço de tempo já não sei se vivo.

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