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Jornalista, torcedor incondicional do Vasco da Gama e defensor ferrenho da liberdade de pensamento.

segunda-feira, 28 de março de 2011


Espanto-me

Espanto-me ao te ver sorrir
Com tanta simplicidade
Com jeito de quem quer fingir
Que a regra da vida é sonhar

Que o amor é navio que viaja
Por tantos lugares
Mas leva consigo a vontade
Tão terna, tão simples vontade
De em porto seguro atracar

Espanto-me ao te ver mentir
Sem prumo, sem dignidade
No afã de querer encobrir
O que se tentou revelar

Que o amor é um rio que navega
Por tantas paisagens
Mas leva consigo a vaidade
Tão longa, soberba vaidade
De um dia tornar-se alto mar

Espanto-me ao te ver partir
Sem rumo, por todos os ares
Sem mesmo tentar descobrir
O que lhe restou do lugar

E assim nosso amor chega ao fim
De sua última tarde
E encerra consigo a saudade
Tão fria, tão franca saudade
E nunca mais regressar...

O Nascimento do poema

J
á sinto as palavras arderem
No meu pensamento
Um certo sabor de mistério
Rondando o lugar
Imagens de coisas passadas
Me vêm à memória
Pedindo passagem nos versos
Que irei declamar

Percebo o olor sugestivo
Da flor campesina
Da pedra de beira de rio
Da velha infância
E traço em linhas cadentes
De rimas e ritmos
Um ode de alegorias
De belas lembranças

Está pra nascer um poema!
Não ponha limites
De ideias, de simbologias
De coisas esparsas
Que tudo é matéria corrente
E cabe nos versos
De mãos de poetas velados
Pela madrugada...